quinta-feira, 30 de junho de 2016

Espere Em Quietude!


espere1




Sabe por que a demonstração da Verdade aprendida em O Caminho Infinito é tão reduzida? 

E sabe por que os tratamentos e preces alcançam a tão poucos? 

Primeiro, porque na meditação é declarado conscientemente a Verdade sobre Deus, é conscientizada a natureza de toda forma de ilusão como isenta de substância, poder ou lei de sustentação, mas SE ESQUECE DE AGUARDAR, EM QUIETUDE, a certeza interna de que Deus é o único Poder, única Lei, único Ser!

Ao encarar um problema, esquive-se dele mentalmente e, de modo algum permita sua entrada em sua consciência. 

Declare ou pense em alguma Verdade sobre Deus, Seu Universo, Sua Presença e seu Poder. DEIXE QUE O PENSAMENTO SOBRE DEUS SE DESENVOLVA EM SEU ÍNTIMO! 

Declare ou pense tudo que você já sabe sobre a natureza do erro — pecado, doença, carência, morte. 

DECLARE QUE TUDO NÃO PASSA DE FORMAS DO MUNDO DA CRENÇA — consciência coletiva da humanidade, pensamento mesmérico criador de “nadas”. 

Em seguida, ESPERE! Espere quietamente, silenciosamente, numa atitude de expectativa. Ouça a Voz interna, o “click”, a libertação.

Pratique isso várias vezes por dia. Aproveite todas as oportunidades, tanto com os seus problemas como com os de outrem. 

Lembre-se: a busca não visa a um crescimento material, mas a realização do Cristo. 

Somos instrumentos pelos quais o Impulso espiritual destrói o conceito mortal para revelar o homem real, cujo ser “está em Cristo”.

O segredo da cura está nesta expressão: CRISTO-REALIZAÇÃO.

Sente-se ou deite-se confortavelmente, relaxe o corpo, a mente, e sinta-se livre. Este estado receptivo exclui qualquer esforço mental. 

Você não estará procurando Deus; antes, estará simplesmente RECEBENDO O CRISTO, de modo relaxado, sossegado e pacífico; estará “sentindo” aquela Presença. 

E, nesse estado de receptividade, unicamente existe consciência, serenidade, pureza e paz. 

Não se prenda a nenhum desejo, motivo ou pensamento do ego — considere apenas ideias de pureza; pureza e objetivo espiritual; de pura alegria.

Conserve-se em paz, e a Palavra lhe virá: “Eis que estou convosco até o fim do mundo”…”Eu nunca o deixarei nem o abandonarei” — Eu Sou Você!





terça-feira, 28 de junho de 2016

MISTICISMO - 2ª PARTE






PROVAÇÕES NA SENDA ESPIRITUAL



Preciso dizer-lhes isto também: a trilha espiritual não é de rosas sem espinhos. 

Quando você decide fazer a transição para a vida mística, verá que é necessário abandonar muitos de seus conceitos anteriores de corpo, negócios e prazer. Você encontrará novas experiências à sua espera, e, nesse período de transição, nem tudo é harmonia, "porque estreita é a porta, e apertado é o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem" (Mateus 7:14). 

Essa vida não é fácil em seus primeiros estágios. De fato, aprender estas lições pode ser muito doloroso porque muitas delas só chegam através de um profundo sofrimento. É estranho, mas sem esse sofrimento talvez não as aprendamos, porque quando tudo está bem e estamos em paz com o mundo, não fazemos realmente o esforço nem realmente tentamos nos aprofundar dentro de nós mesmos.


Frequentemente, seguimos pensando como tudo está indo bem - mas, de fato, não há progresso. É a oportunidade de nossas provações e atribulações que nos forçam para cima, e muitas vezes a pessoa que sofreu mais é a que mais consegue - não porque isso seja necessário, ou que haja algum Deus que o decrete, mas por causa da inércia, por causa do nosso desejo de continuarmos ao longo do caminho que estamos seguindo, porque gostamos de saber que cada dia será seguido por um outro dia sem dor, sem carências e sem limitações.


Tenho lido as vidas de muitos que foram longe na trilha espiritual e até agora não encontrei ninguém que não tinha tido o seu Gethsêmane. Essas grandes verdades não são de fácil consecução. Se as provações não chegam sob uma forma, chegam sob outra. Jesus enfrentou provações, muitas delas, conquanto seja verdade que não temos de passar por acusações e suportar a condenação pública, teremos de vivenciar um pouco de luta pessoal. Pode ser dentro de nossa família. Pode ser dentro de nossa comunidade. Em algum lugar, de algum modo, se temos de sondar as profundezas da sabedoria espiritual, cada um de nós deve passar por um período de transição.


Uma das maiores provações pode acontecer quando você pára de depender das pessoas ou quando cessa de enviar contas a seus pacientes e decide que vai depender unicamente do Cristo. Esse primeiro mês em que está ocorrendo esse ajuste e você não pode pedir dinheiro a ninguém, nem pode mandar uma conta, é um período em que você algumas vezes treme um pouco e pondera se essa dependência do Cristo irá funcionar. Depois, quando você chega àquele grande estágio de cura em que não precisa de usar palavras ou pensamentos no tratamento, nunca duvide de que você teve uma provação, um "Rio Jordão" a cruzar. 

Primeiro vem a tentação: "Acho que não estou fazendo justiça a meus pacientes; acho que não estou trabalhando bastante arduamente"; e depois vem a segunda tentação, após terem ocorrido algumas bonitas curas, depois de os pacientes terem sido muito generosos, e você sente: "Não posso receber este dinheiro; eu realmente não trabalhei para isto; não fiz o suficiente para ganhar isto".

Existe toda espécie de provações que chegam com esta vida. Quando você alcança o estágio em que sua resposta a um pedido de ajuda é tão simples como: "Eu realmente acredito que Deus é a vida de todo o ser; e, portanto, qualquer aparência de erro não pode ser, nem mais nem menos, do que alucinação, uma tentação que me vem para me fazer crer num 'eu' à parte de Deus. 

Eu me recuso a acreditar nisso" - e fico satisfeito por deixar que esse seja o tratamento; depois, quando você se lembra das primeiras formas de tratamento que usou, surge um período de hesitação e de dúvida. Esse período de transição não é fácil. Chega uma ocasião em que os membros de sua família começam a dizer que você deve ter ficado louco, e os membros de sua igreja lhe dizem: "Bem, você agora com certeza saiu dos eixos".

De um modo ou de outro as provações chegam até nós através de nós mesmos, através de nossa família ou de nossos pacientes. Pode até surgir uma ocasião de problemas sérios de saúde e suprimento - nossos ou de nossos pacientes - mas temos de aprender a permanecer firmes, temos de aprender a fazer vigília com eles. Também temos de aprender a nos afastar por "quarenta dias", ainda que não sejam realmente quarenta dias, mas em sentido figurado. É nos afastarmos para dentro do "armário", em nosso esconderijo, e apenas orar até cansar o nosso velho coração: "Afasta de mim este cálice - todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres".


Todas estas coisas nos vêm neste caminho - estreito e apertado. À medida que você abandona a sua confiança em todos os meios humanos de salvação, à medida que você escolhe este caminho, você verá como ele é estreito e apertado. Você verá como são poucos os que o percorrem e, durante algum tempo, parecerá que você está afastado de seus amigos; parecerá que ninguém no mundo o entende e que você jamais encontrará alguém que o entenda. Eu sei, porque durante muitos anos não só tive a oportunidade de falar desta maneira em público como também não tive sequer a oportunidade de falar destas coisas em particular. Tive de ficar quieto, porque no momento em que eu tentasse expressar quaisquer destas idéias, as pessoas entenderiam mal.


Se nossa confiança está no plano interior, se sua confiança está em seu contato com Deus, e você julga que não depende de meios humanos para demonstrar o seu bem, surge uma ocasião em que você tem de permanecer quieta e secretamente dentro de seu próprio ser. Você tem de resolver isso sem falar a esse respeito ao mundo exterior. Tem de prová-lo e, depois de ter feito isso, a evidência é tão grande que você não precisa mais contar, exceto quando estiver ensinando. Você nunca terá de contar a ninguém que encontrou "a pérola de grande valor". Em primeiro lugar, se você contasse, isso seria quase que a prova positiva de que não a tinha encontrado. Não é necessário falar disso, porque toda a sua vida, toda a sua atitude, todo o seu ser são evidências suficientes. Tudo indica que você a encontrou, e então o mundo a quer - ou quer pelo menos os seus frutos.


Surge um outro período difícil, quando você realmente acredita que o mundo reconheceu que você encontrou a "pérola", e ele a quer e você deseja expô-la. Depois que você faz isso durante diversos anos - anos de profundo sofrimento - você descobre que o mundo não a queria, absolutamente: apenas queria os frutos que viu você desfrutar. Eis porque, quando alguém vem até você, alegando que quer essa verdade, você se movimenta com calma - você nem sempre tem a certeza de que a pessoa está sendo verdadeiramente sincera. Talvez ela queira apenas os efeitos ou os resultados. Você logo descobre o que é e qual é o propósito real dela porque, se ela realmente o quiser, haverá indicações de que todas as outras coisa foram postas de lado e por suas ações ela prova que nada é tão importante quanto a verdade. Então você ouvirá: "Bem, quinta-feira à noite não pode ser, mas eu virei na terça-feira de tarde. Se você não puder me ver, então eu não posso vê-lo!"


Quando um discípulo quer realmente a verdade, ele virá à meia-noite ou a qualquer hora do dia ou da noite, bastando que você o diga. Você sabe que Brow Landone mantinha o horário do consultório durante a noite toda? Quando você marcava uma entrevista, tinha de perguntar se era antes ou depois do meio-dia. Tive entrevistas com ele que duraram até as seis.


Quando você se torna atuante neste trabalho, constata que não há isso de manter o horário do consultório. Antes ou depois do meio dia não significa absolutamente nada para você, exceto para manter o registro certo, e a devoção e a dedicação dos que vão até você, podem, num certo sentido, ser medidas por seu interesse quanto ao fato de a entrevista com você ser antes ou depois do meio-dia, na terça, na sexta ou no domingo; porque se essas pessoas estão preocupadas com essas trivialidades, então seus corações estão longe - e este caminho não visa aos corações, almas e mente que não estejam em Deus.


Se há uma ideia em sua mente de que a verdade é algo que possa ser usado, que é algo para obter ganho pessoal, para obter felicidade ou saúde pessoal, nem comece o seu estudo porque você encontrará só desapontamentos e corações dilacerados. Há uma infinidade de métodos metafísicos que podem ser usados com a finalidade de proporcionar felicidade pessoal ou ganhos pessoais temporários. Mas o Caminho Infinito não pode ser usado para tais propósitos: o Caminho Infinito pode proporcionar somente imortalidade e eternidade e todo o bem que Deus conhece. Mas isso em um nível completamente diferente do que o do bem humano, assim como a liberdade espiritual não deve ser confundida com liberdade humana.


A liberdade espiritual, a paz que ultrapassa o entendimento, não depende de nada no mundo exterior. Depende do seu relacionamento com o Cristo, com Deus. Quando isso se torna real, quando Ele se incorpora em você, quando Ele o inflama e essa vida se torna seu tudo em tudo, você se vê vivendo em dois mundos: o mundo interior, que é o importante, e o mundo exterior, com sua cota de satisfações, que não deve ser tomado muito a sério e não deve tomar muito tempo e esforço porque a impaciência para voltar ao Centro é muito grande.



PODER ESPIRITUAL NOS ASSUNTOS DO MUNDO

Quando Deus se torna uma realidade e nos tornamos conscientemente um com Ele, Ele guia cada pessoa de nossa experiência; Ele nos supre; Ele atrai para nós tudo aquilo de que precisamos no mundo - amizades certas, relações familiares certas, suprimento certo, atividade certa, livros certos, associações certas, tudo quanto é necessário para avançar nosso bem-estar cultural e espiritual e nos prover com maior oportunidade para sermos úteis ao mundo. Tenho um profunda convicção de que, pela primeira vez na história do mundo, o poder espiritual vai desempenhar um papel importante nos assuntos humanos.

Até o momento, Deus realmente tomou parte na história do homem ou existe qualquer evidência de que Deus Se preocupou com os problemas do homem? Se Deus tivesse tomado parte na história do homem, eu não acredito que o mundo teria passado por milhares e milhares de anos de guerras, furacões, terremotos, fomes e epidemias. Se Deus estivesse presente nos assuntos humanos, tais coisas não poderiam ter acontecido. Então, onde é que Deus tem estado durante todos esses anos?

A verdade é que Deus sempre está presente na consciência daqueles que estão conscientes de Sua presença. Mas quantas pessoas tiveram essa consciência? Os poucos que viveram em mosteiros, os poucos que viveram em ashrans, os poucos discípulos espirituais do mundo, os poucos que tentaram fundar organizações religiosas falharam. Eles conheciam Deus e tinham tido a bênção da presença de Deus e do poder de Deus em sua experiência individual.

Essa bênção, entretanto, não desceu até o nível das massas. De fato, a verdade espiritual nunca foi dada ao mundo em geral até os três últimos quartéis do século. Antes dessa época, todo o conhecimento religioso do mundo era zelosamente guardado pelos filósofos, padres e rabinos. Tudo o que o povo - as massas - alguma vez receberam foram formas, cerimônias, rituais e credos. Será que os mestres hindus alguma vez ensinaram os que estavam abaixo do nível do brâmane espiritual? Exceto durante um breve período na Europa - o período dos místicos ocidentais, durante uns poucos séculos, mais ou menos entre 1200 e 1700 - as massas receberam alguma vez ensinamentos sobre a verdade espiritual? Quantas pessoas Jesus foi capaz de alcançar? No máximo umas poucas centenas, praticamente nada em comparação com a população do mundo. Quando é que a consciência espiritual alguma vez alcançou a consciência da massa humana?

Mas ocorreu uma mudança nos anos em que a Ciência Cristã, a Unidade, o Novo Pensamento começaram a ser transmitidos ao mundo. As pessoas foram encorajadas a meditar, a refletir, a estudar diariamente lições espirituais, a ir à igreja na quarta-feira ou no domingo, e depois ir à igreja em outras ocasiões para servir em grupos de trabalho, ou para serviços religiosos cotidianos da tarde. Durante muitos anos, através da Ciência Cristã, Unidade e Novo Pensamento, a verdade espiritual foi transmitida às pessoas, a um grande número delas, a qualquer um que a aceitasse.

Tudo isso atuou como um fermento, de modo que as pessoas que nem ao menos conhecem o significado da palavra "metafísica" usam a expressão "passagem", em lugar de morte. Muitas pessoas que não conhecem o significado da palavra "metafísica" admitem que existe um poder espiritual, ou que as doenças têm sido curadas e o suprimento tem sido recebido através de meios espirituais. Os médicos admitem a eficácia da cura espiritual, porque viram casos e casos curados nos hospitais. Na verdade, os clínicos médicos psicossomáticos colheram experiências dos primitivos ensinamentos metafísicos, e alguns deles agora acreditam numa forma já ultrapassada da metafísica, que ensina que há cura mental para a doença física.

A verdade é que não há doença no reino de Deus. Você não pode ter Deus e doença ao mesmo tempo. Existe um único poder, e esse é Deus. Qualquer outra coisa é crença ou ilusão. Mas, no início, apesar de o ensinamento de uma causa mental para uma doença física ser errônea, isso significava um passo à frente no que eu vinha fazendo antes. Foi empregada a terminologia da religião, e Deus foi levado para as artes da cura.

Tudo isso teve um efeito importante: levou as pessoas ao assunto de Deus em qualquer dia da semana que não fosse no domingo, e levou-as ao lugar onde fizeram de Deus uma parte de sua experiência cotidiana como um meio de vencer os seus problemas. Não faz diferença o quanto rudimentar tenha sido o começo; houve resultados satisfatórios e bons efeitos. Isso espalhou a palavra de que o mundo de Deus não é apenas uma experiência domingueira, ou uma experiência apenas para o ministro, para o padre ou para o rabino, mas que Deus é uma experiência para você e para mim, e que podemos alcançar a união consciente com Deus ainda que não sejamos ministros, padres ou rabinos.

Se você não fez parte dessa revolução religiosa, ou se você pelo menos não a observou de perto, não pode compreender as mudanças que ocorreram quando Deus foi elevado à consciência do homem da rua. Provavelmente, este foi um dos maiores eventos já ocorridos na história do mundo. E agora, faz setenta e cinco anos que isso tem sido disseminado e até mesmo em pequenas bibliotecas metafísicas, em centros de verdade ou em salas de estudo da Ciência Cristã, provavelmente duzentas ou trezentas pessoas vão diariamente meditar, estudar e procurar conhecer mais sobre Deus. Pense nos muitos lares que estão sendo afetados pelo trabalho que é feito nos centros de Unidade, nos centros do Novo Pensamento, nos centros independentes, nas Igrejas e Salas de Estudo da Ciência Cristã. Procure multiplicar isso pelo mundo todo.

Como é que o efeito de milhões de exemplares vendidos de In tune with the infinite ("Em Sintonia com o Infinito"), de Ralph Waldo Trine, pode ser avaliado? Você sabe o que poderia significar para dois milhões de pessoas ter pensado a respeito de Deus antes desta era?

Com esta percepção de Deus na consciência humana - e lembre-se de que um pequeno grão de Deus pode fazer milagres - pense como essa consciência de Deus deve estar fermentando o pensamento, influenciando nossos dirigentes públicos e nossas relações internacionais! Se ainda não houve qualquer influência significante, haverá, em grau sempre crescente. A consciência de Deus neste mundo algum dia dominará e controlará a consciência toda do mundo - político, econômico, social e religioso. Isso acontecerá porque, pela primeira vez, as massas estão aprendendo a levar Deus à sua experiência, não apenas sete dias por semana, mas estão aprendendo a "orar sem cessar". Estão aprendendo a levar Deus à sua consciência, mesmo quando se sentam para um simples desjejum ou almoço.

O pensamento do mundo está sendo fermentado; o pensamento do mundo está sendo alcançado com essa consciência de Deus. Não faz diferença qual dos movimentos metafísicos você citar. Cada um deles está levando a palavra, Deus, a expressão consciência de Deus e a ideia de Deus imanente na experiência individual do mundo. Por isso, cada qual está agindo como uma bênção; cada qual é uma luz para o mundo.

Chegará o dia em que cada prático metafísico deverá estar tão imbuído do Cristo que ele poderá curar e, depois se você for a um prático do Novo Pensamento, da Unidade e da Ciência Cristã, você alcançará a cura.

Sejamos honestos a este respeito: o ensino em si nada tem a ver com a cura. O ensino só serve para abrir sua consciência à receptividade do Cristo; e essa receptividade do Cristo é o que faz a cura. Todos os livros - milhares e milhares - não curarão uma simples dor de cabeça, mesmo que você pudesse memorizar todos eles. Somente o Cristo cura. 

Há, na Bíblia, verdade suficiente para abrir a consciência para o Cristo mesmo que não houvesse um único livro metafísico na Terra. Há verdade suficiente em qualquer livro metafísico honesto para abrir a consciência para o Cristo. Por pouca que seja a verdade existente em alguns deles, ainda há o suficiente - verdade suficiente para levá-lo ao Cristo, e essa é a influência fermentadora, não a palavra escrita.

A cura será ocasionada somente quando o Cristo é introduzido na consciência. Você pode ir a qualquer pessoa que cure em qualquer dos movimentos metafísicos, e se você encontrar uma que esteja imbuída do espírito da verdade e do Cristo, ela será capaz de efetuar uma cura para você, ainda que ela seja parte de um movimento em que o ensino não ocorra num nível muito espiritual. Dia virá em que cada prático, não importando o seu antecedente metafísico, estará tão imbuído do Cristo que, quando houver um chamado, o Cristo deve responder e ocasionar a cura.

Deveria haver lugares - e existem alguns - que abrissem suas portas às pessoas de todas as igrejas, ou que não tenham igreja, a todas as organizações ou a nenhuma organização, possibilitando que as pessoas se encontrem no nível comum da Cristandade, não estar muito preocupadas acerca do ensinamento particular que está sendo seguido, porque repetidamente nos dizem que "a letra mata e o espírito vivifica" (II Coríntios 3:6). Não estou muito preocupado com os livros que as pessoas leem, mas estou preocupado com as pessoas que os leem. Estou preocupado quanto ao fato de elas encontrarem ou não nesses livros alguma medida do Cristo, o suficiente para lhes dar o desejo de vivê-Lo e levarem o pensamento de Deus à sua experiência humana.

Lembre-se de que foi prometido que, se houvesse dez homens justos na cidade, esta seria salva. Há uma profunda lei espiritual amparando esta declaração. Se existirem algumas dezenas de pessoas justas, de pessoas conscientes de Deus, de pessoas contagiadas por Deus, talvez elas salvem a cidade, a nação ou o mundo. Isso poderia muito bem acontecer, sem dúvida. Pode ser que o pensamento justo de apenas alguns, no plano interior, toque e alcance a consciência do mundo.

Conhecemos civilizações que foram eliminadas, civilizações que eram tão adiantadas quanto a nossa e algumas que eram ainda mais adiantadas. Em nossa complacência, provavelmente pensamos que temos o maior grau de civilização já alcançado pelo homem. Na verdade, talvez sejamos a maior geração de cientistas, engenheiros mecânicos e fazedores de "bugigangas", mas não somos a maior geração, a mais civilizada. Essa honra foi reservada a outras civilizações, e elas foram eliminadas. Também não houve Deus que impedisse esse holocausto. E nunca haverá até que Deus se torne o nível da consciência individual e da massa. Então Deus trabalhará em nossos assuntos humanos. Você precisa reconhecer a validade desta declaração, porque, assim como Deus não trabalhou muito em nossos assuntos humanos até que você conseguisse um lampejo do Cristo e, a partir de então, Deus passou a governar todos os seus assuntos humanos, da mesma forma, Deus não trabalhará nos assuntos humanos enquanto Ele não se tornar a consciência real de milhares e milhares de pessoas. Então você verá essa mesma consciência de Deus influenciando assuntos materiais e internacionais.

A força do Cristo é tão imensa que, quando se torna viva, Ela vem com um propósito universal, não apenas com a finalidade de resolver alguns de nossos problemas pessoas humanos. O Cristo é um bem universal, não um bem pessoal. Qualquer verdade individual é também uma verdade universal. Por isso, cada vez que há uma demonstração individual da presença do Cristo, há uma demonstração universal. Ele apenas precisa ser reconhecido numa escala mais ampla para ser atuante nos assuntos do mundo.

Provavelmente, é por isso que a Bíblia diz que se houver dez homens justos - não apenas um ou dois, mas dez - se houver dez homens com espiritualidade suficiente, fermentando a consciência, eles influenciarão os outros. Isso não significa que há necessidade de números: significa que pessoas suficientes precisam estar dispostas a passar à influência do domínio espiritual, porque não podemos, com toda nossa espiritualidade, levar nem mesmo os membros de nossa família para o céu, se eles não quiserem ir. É preciso, numa consciência permeável, um fermento, de modo que pessoas suficientes terão realmente o desejo de abandonar sua dependência em relação aos meios humanos.


A BATALHA NÃO É SUA

"Não resista ao mal". Não importando o nome ou a natureza de seu problema particular, pare de combater o erro tanto quanto possível; procure não combatê-lo demasiado arduamente. Convença-se de que a batalha não é sua; depois, sossegue e veja a salvação do Senhor. Você não precisa batalhar: tudo o que você tem a fazer é reconhecer que tudo o que está acontecendo é para a glória de Deus. Veja se você não pode ficar mais tranquilo acerca deste trabalho de cura e agir como se estivesse realmente convencido de que o mal não é um grande poder.

Suponhamos agora mesmo que você teve o poder pessoal de ser capaz de curar uma doença. Isso não o assustaria? Deveria assustá-lo! Deveria! Mas você não tem tal poder. O Cristo, o Invisível Infinito, é a única agência de cura que existe no mundo. Ele dissipa a ilusão dos sentidos e isso é tudo quanto é necessário.

O grande segredo é: "Eu não posso, de mim mesmo, fazer coisa alguma" (João 5:30)... "E vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim." (Gálatas 2:20). O grande segredo não é quanto poder pessoal você pode desenvolver como pessoa que cura, mas o quanto você se torna um bom veículo para o Cristo, o quão clara é a sua transparência, que grau de consciência de Cristo você desenvolve. Em outras palavras, qual é o grau de amor ao erro, ou de ódio ao erro, ou de temor ao erro que está dentro ou fora de sua consciência? Quanto você teme realmente o erro? Quanto você realmente ama o erro? Quanto você odeia o erro? Isso determina o quanto você é transparente para o Cristo. Não se trata de quanto poder você tem, mas de quão esclarecido você esteja sobre a grande verdade de que Deus é amor e de que Deus não faz acepção às pessoas. N'Ele não há pecado nem doença, e vivemos, nos movimentamos e temos o nosso ser na consciência do Cristo.

Para todos vocês que estão ativamente empenhados no trabalho de cura, quando surge um chamado, vejam até que ponto podem parar de estabelecer uma resistência ou negação, apressando-se com um: "Isso não é verdade! Isso não é verdade!" Vejam se podem deixar de fazer isso e acreditar que não se trata de verdade. Se vocês realmente acreditam que não se tratam de uma verdade, não precisam dizê-lo ou declará-lo: Vocês podem contentar-se em sorrir, porque são capazes de ver de outra maneira.

Algumas vezes vocês terão de manter isto durante muito tempo. A tenacidade do erro é tão forte nos pensamentos de certas pessoas que é necessário persistir nesta prática. Ainda não chegamos ao ponto onde possamos saber, com alguma certeza, por que uma pessoa pode ser curada num minuto e por que a cura leva dois ou três anos para a outra. Talvez alguns julguem, como eu, que isso tem a ver com a preexistência; tem a ver com o ciclo de vida do indivíduo antes que ele fizesse seu aparecimento no plano desta Terra. Eu, pessoalmente, creio nisso. Acredito que, se a vida é eterna, sempre temos vivido, e desde que sempre temos vivido, devemos ter vivido dentro ou fora de algum determinado estado de consciência, motivo pelo qual algumas pessoas são muito mais desenvolvida que outras.

Por exemplo, você - que alcançou pelo menos um estado suficientemente alto de consciência para estar lendo e estudando a verdade - suponha que neste momento estivesse passando (morrendo). Você não teria de vivenciar todas as coisas pelas quais passou antes de ter vindo para esta dimensão espiritual. Muito provavelmente, você começaria no plano seguinte ao que você está neste minuto como uma Alma espiritualmente desenvolvida - em alguns casos, até bem mais adiante, porque muitas vezes o ato da transição é liberador.

Mas nosso interesse particular neste momento não é especular os motivos pelos quais uma pessoa é curada rapidamente, não acontecendo o mesmo com uma outra. Nosso problema particular é o desenvolvimento de uma certa medida da consciência do Cristo - esse Amor universal divino, esse sentido de perdão e gratidão - o desenvolvimento de nossa consciência até o ponto em que não tememos, não odiamos, nem amamos o erro.

Não se esqueça de que o mandamento do Mestre foi: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo"(Mateus 22:39). Este não foi somente um mandamento para amar a Deus, mas para amar o próximo, para amar o próximo como você mesmo. Algumas vezes alguns de nós se tornam tão absolutos acerca de nosso amor por Deus que nos esquecemos do próximo. Mas não podemos fazer isso neste trabalho. Queremos a plena medida do Cristo; e, por isso, devemos não só amar a Deus com todo o nosso coração, como também precisamos amar o próximo; e esse amor precisa ser mostrado em compaixão, paciência, justiça, bondade, clemência e júbilo - uma disposição para partilhar todo o bem que Deus nos deu.

Acima de tudo, precisamos abandonar nossa crença egoísta de que temos poderes pessoais como práticos. Nossas curas estarão na proporção em que compreendermos que todo o poder nos é dado através de Deus, através do Cristo que nos fortalece. E essa é a única Fonte de nosso poder.

Esta mesma ideia de que não há poder pessoal é da máxima importância para uma vida espiritual ou mística, na qual não há dependência de pessoa, lugar ou coisa, e não há confiança em contatos humanos - apenas dependência e confiança no plano interior, em nosso contato interior com Deus.

Se existe algum método de demonstração, é por meio deste contato com o Pai interior. Conquista a compreensão consciente da presença e do poder de Deus dentro do seu próprio ser. Não importando o nome e a natureza do problema ou necessidade, não procure resolvê-lo no nível do problema. Não tente resolver suprimento como suprimento; não tente resolver relacionamentos de família como relacionamentos de família. Descarte todo o pensamento dessas coisas. Caminhe para o seu íntimo, até encontrar realmente aquele lugar no interior do seu ser que lhe dá a resposta de Deus. Então seus problemas serão resolvidos. À medida que você tocar o Cristo dentro do seu próprio ser, você tocará a nascente de vida mais abundante.


"União consciente com Deus! Esta constitui a união consciente com todo ser espiritual e com toda ideia espiritual."




segunda-feira, 27 de junho de 2016

MISTICISMO- 1ª PARTE





O verdadeiro significado de misticismo é qualquer religião ou filosofia que ensine a união com Deus. 

O misticismo revela a possibilidade de receber comunicação ou orientação diretamente de Deus, de comungar com Deus, de estar consciente dessa união com Deus e de receber o bem de Deus sem qualquer intermediário. 

Por isso, o ensinamento do Caminho Infinito é místico porque, acima de tudo, seu propósito é realizar a união com Deus.

Uma das mais elevadas declarações místicas de que tenho algum conhecimento, uma que lhe proporciona a chave para o céu, uma chave para a harmonia da mente, do corpo e dos negócios, da saúde e da riqueza e de todas as outras coisas é a seguinte: sua união com Deus constitui sua união com todos os seres e coisas espirituais.

Você encontrará isso em meus escritos, mas também constatará que isso não foi levado muito a sério pela maioria dos que os que o leram. Excetuando alguns casos, essa afirmação não foi reconhecida como uma das sabedorias supremas do mundo, possivelmente porque, em primeiro lugar, não está declarada em linguagem críptica, mas em linguagem simples; e, em segundo lugar, porque a maioria das pessoas não adquiriu o hábito de analisar declarações.


NOSSA UNIÃO COM DEUS APARECE COMO FORMA


Minha união com Deus constitui minha união com todos os seres e coisas espirituais. Pegando o exemplo do telefone: você não consegue nenhuma ligação por telefone, em lugar algum do mundo, sem primeiramente passar pela central telefônica; porém, uma vez que você tenha tido contato com essa central, poderá se comunicar com qualquer lugar na face do globo que tenha um telefone. Assim, se você entra em contato com Deus, se tem uma compreensão consciente de Deus, se conscientemente se tornou um com Deus, então automática e instantaneamente você é um com o universo inteiro do ser e da ideia espirituais.

Tudo o que você vê, ouve, prova, toca ou cheira é apenas um conceito finito de uma ideia divina. Por exemplo, um automóvel é um veículo para transporte que você desgasta ou se tornará obsoleto e haverá necessidade de um outro investimento para substituí-lo. Mas, por trás da ideia ou do objeto "automóvel", está a ideia divina de transporte e o transporte é realmente uma atividade espiritual; é uma atividade da mente que se comunica como ideia para o ser individual. Por isso, se você uma vez entra em contato com Deus, ou com o Espírito, entra em contato com a lei espiritual de transporte; e se sua necessidade de um automóvel for real, você ficará surpreso com a rapidez com que o conseguirá. Um lugar em um avião, uma passagem marítima ou qualquer outra coisa relacionada com transporte estaria imediatamente ao seu alcance por causa de sua unidade com a Fonte infinita de todo o bem.

Isso não significa que qualquer pessoa deva tentar demonstrar um automóvel. Mas, suponhamos que eu esteja em São Francisco e que meu lar seja em Los Angeles e que, no sentido humano, preciso encurtar esta distância de aproximadamente seiscentos quilômetros. Preciso de transporte e, aparentemente, não há solução imediata para o problema. Então eu me sento e compreendo minha união com Deus.
Compreendo minha união em maneiras tão diferentes quanto possa: talvez pense na onda que é uma coisa só com o oceano, ou no raio de sol que é uma coisa só com o Sol, ou no 'eu' que é uma coisa só com Deus. 

De qualquer maneira que possa, eu me relaciono com Deus até que, finalmente, chegue à compreensão:
"Tudo o que o Pai tem é meu porque nós somos um. Não existe separação entre Deus e o homem; Deus e o homem são um. E eu e o Pai somos um; tudo o que o Pai tem está justamente aqui onde estou."

Se posso conseguir esta compreensão, se posso obter esse sentimento interior de paz que nós chamamos de "estalo", bem depressa constato que meu transporte para Los Angeles aparece. Pode ser um convite para viajar com alguém; pode ser uma passagem de estrada de ferro; pode ser alguém de lá mandando me buscar. Isso poderia aparecer de qualquer maneira, mas em nenhuma ocasião eu teria de pensar a respeito de transporte: eu teria apensas de pensar em minha união com Deus e a respeito da disponibilidade imediata de Deus em todas as formas.

Coisa parecida pode acontecer se houver a necessidade de um lar, quer você esteja em sua comunidade ou em outra qualquer. Uma vez mais, você não usa esta verdade para demonstrar uma casa ou um lugar onde viver; mas se essa verdade não traz, ou não puder trazer satisfação e harmonia, não seria a verdade de ser, porque Jesus disse: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância" - Eu vim para que vocês possam ser satisfeitos. Certamente um lar e uma companhia fazer parte de sua satisfação.

Tendo chegado a um lugar onde você sabe que tem necessidade de um lar, esqueça o lar, volte-se para dentro de si mesmo e compreenda Deus. Compreenda que o único lar que existe está na sua própria consciência; compreenda que você vive, se movimenta e tem o seu ser em Deus, na Consciência verdadeira. 

A Consciência verdadeira está onipresente como o seu próprio ser. Quando você compreende a verdadeira natureza do lar, natureza que abrange todas as qualidades espirituais de Deus, tais como proteção, amor, júbilo, beleza, cooperação, segurança e providência, seu lar aparece. A união consciente com Deus é que fará a manifestação desse lar - sem que seja preciso sair de você mesmo.

Lembre-se sempre de que a base do nosso trabalho é: "Mas buscai primeiro o reino de Deus". 

Uma das maneiras de buscar primeiro o reino de Deus é essa compreensão da união, porque quando você demonstrou sua consciência da união com Deus, todas as coisas lhe são dadas por acréscimo. Logo, a união com Deus constitui a união com cada ser e ideia espiritual.

Pode acontecer que seja necessário que alguma pessoa ocasione o ajuste feliz dos seus afazeres - o corretor imobiliário certo, o banqueiro certo, o conselheiro de investimento certo ou o professor de metafísica certo. O certo não deve ser contatado por simplesmente se desejar o certo, mas compreendendo sua união consciente com Deus.



SUA CONSCIÊNCIA COMUNICADA COMO VERDADE

O que a pessoa que realmente está procurando a Verdade quer é a mais alta comunicação que existe para o seu particular estado de consciência, a comunicação que atenderá às suas necessidades particulares. Cada um de nós pode usar um caminho diferente para chegar a essa meta; porém, para a maioria dos que buscam, as bibliotecas públicas com seus milhares de livros oferecem a maneira mais fácil, mais rápida e mais acessível de investigar abordagens diferentes da verdade.

Mas você poderia ler todos esses livros e, com exceção de apenas um, não encontrar o que está procurando, e todo esse tempo gasto em leitura poderia ser um tempo desperdiçado. E seria tão difícil dirigir-se ao centro do seu próprio ser e lá compreender que Deus e Verdade são sinônimos; e já que você é um com Deus, você é um com a Verdade e, portanto, toda a Verdade do Universo está ao seu alcance agora - não ao seu alcance amanhã, mas agora - ao seu alcance exatamente aqui onde você está. Não existe ocasião, lugar ou espaço que possa separar você da Verdade, de toda a Verdade do Universo, porque você não pode ser separado de Deus.

À medida que você medita dessa maneira, dia após dia, você será levado ao único livro que realmente abriria as comportas para você. A partir desse momento, você seria levado de livro para livro, de mestre para mestre, mas somente para aqueles que estivessem de acordo com a sua consciência ou para aqueles que atendessem à sua necessidade particular. Não é necessário ler todos os livros do mundo para encontrar a verdade de que você necessita. Você pode ser levado aos autores e professores e às Escrituras que estejam em harmonia com o seu estado de consciência particular.

Algumas vezes, eu gostaria que os mestres espirituais do mundo Ocidental pudessem seguir a prática dos swamis (mestres espirituais) hindus, cujos discípulos chegam a viver com eles durante três anos. 

Então, às três horas da manhã, se o swami sente o clarão do Espírito, ele manda chamá-los para virem imediatamente. Quando se encontram, o swami fala e fala - talvez até as cinco horas - e depois eles voltam para a cama. Se, às sete horas, o swami sente que está pronto para falar outra vez, lá vêm os discípulos novamente. Eles nunca sabem a que horas do dia ou da noite serão convocados à presença do mestre para ouvir as pérolas da sabedoria divina que fluem de Deus através dele.

Existem momentos na experiência de cada mestre espiritual em que a verdadeira sabedoria se revela. Foi em um desses momentos, quando eu parecia estar em sintonia com o Espírito, que esta lição de misticismo me foi revelada: desde que eu seja conscientemente um com Deus, eu tenho de ser conscientemente um com a consciência individual de cada pessoa. 

Com certeza, todos aqueles que são parte da minha consciência têm de estar recebendo a mesma mensagem que eu. À medida que esta mensagem se revela através de mim, continuamente, eu anseio ser capaz de partilhá-la com meus discípulos no mundo todo, e essa revelação foi tão poderosa que eu não teria me surpreendido se alguns deles tivessem escrito comunicando que receberam a mesma mensagem ao mesmo tempo.

Aqueles de nós que seguem a trilha mística aprenderão, por fim, que não é realmente necessário usar palavras para revelar a sabedoria espiritual. Todos nós podemos receber as mensagens e comunicações necessárias à nossa compreensão da Sabedoria divina interior, porque elas não dependem do contato humano.


UNIÃO CONSCIENTE COM DEUS É UNIÃO COM TODO SER E IDEIA ESPIRITUAIS

Este é o milagre do misticismo. A sua união consciente com Deus torna tudo disponível neste mundo no momento em que você sente a necessidade. E ninguém pode afastar isso de você de modo algum -- ninguém. Mas isto só é verdade se você estiver seguindo a trilha espiritual. Unidade consciente com Deus é misticismo. A união consciente com Deus constitui sua unidade com todo ser espiritual e com cada ideia espiritual.

Por exemplo, o dinheiro é apenas um conceito humano, mas é um conceito humano de uma ideia divina, representando amor, gratidão, partilha, cooperação; é uma ideia espiritual que não pode vir a você porque ela já é uma ideia incorporada e uma atividade da sua consciência. Quando você se sente pressionado pelo dinheiro, uma das razões disso é que você o está procurando em alguma fonte fora de você, quando durante o tempo todo ele está oculto dentro da sua consciência. Ele já está dentro de você, mas você o está procurando em uma pessoa, lugar ou coisa.

Nas muitas histórias contadas sobre a procura do Santo Graal, aquela taça de ouro onde se supõe que Jesus tenha bebido no ato da Crucificação, os que o foram procurar sempre voltaram para casa empobrecidos e doentes, caindo de cansaço e de desânimo à sua própria porta. Em cada versão é contada a estória da pessoa que dá toda a sua vida e fortuna para a busca no mundo exterior, apenas para descobrir, em seu retorno ao lar, o tesouro procurado há tanto tempo: ela o encontra em seu jardim, talvez pendurado no ramo de uma árvore; ela estende a mão em sua própria mesa, e ele aparece.

A história do Santo Graal simboliza o tesouro oculto dentro da nossa própria consciência, dentro do nosso próprio ser, em virtude da nossa união com Deus. Esta é apenas uma outra maneira de declarar: Minha união com Deus constitui minha união com todo ser espiritual e com toda ideia ou coisa espiritual. Para mim isso representa uma das mais altas declarações da verdade espiritual. Isso está em meus escritos exatamente nessa linguagem simples, tão simples e direta que algumas pessoas não a reconhecem como "a pérola de grande valor".

Esta declaração: "Minha união com Deus constitui minha união com todo ser espiritual e com toda ideia ou coisa espirituais", está colocada como uma das mais altas declarações da verdade, declaração que o levará para mais perto do Céu na Terra do que qualquer outra.


A COMPREENSÃO NO PLANO INTERIOR APARECE COMO SATISFAÇÃO NO PLANO EXTERIOR

A mais alta declaração mística da verdade que conheço é: "O meu reino não é deste mundo" (João 18:36). Duvido que Jesus alguma vez tenha dito qualquer outra coisa de natureza mais mística do que isso. Ele pôde dizer mais tarde: "Eu venci o mundo" por sua compreensão de que "O meu reino não é deste mundo". Essa declaração nos liberta imediatamente do desejo de pessoa, lugares, coisas, circunstâncias ou condições. Ela nos torna livres do mundo de efeitos e nos possibilita viver em união consciente com a Causa, com Deus.

Se fôssemos demonstrar efeitos aos milhões, ainda estaríamos lidando com algo que poderia tornar-se pó em nossas mãos. Mas uma vez que consigamos a união consciente com a Causa, ou com Deus, então não temos mais interesses pelas coisas deste mundo, exceto desfrutá-las quando chegam. Então, ainda estamos no mundo mas não pertencemos mais a ele. Eu mesmo encontro prazer em muitas das coisas bonitas e desfrutáveis deste mundo, mas já não existe mais um apego exagerado por elas.

Não existe isso de tempo ou lugar onde teríamos menos do que a plenitude do reino, se uma vez conseguíssemos a consciência de que "Meu reino não é deste mundo". Mas precisamos estar sempre alerta para não ficarmos vinculados às coisas do mundo. Não se preocupe com "este mundo" - este é o caminho místico. Não se preocupe com a carne - este é o caminho do Espírito. Não se preocupe demais com a solução de qualquer problema - o problema é apenas temporário.

Preocupe-se com o plano interior do ser. É no plano interior que fazemos contato com Deus. No plano exterior, contemplamos o resultado do trabalho feito no plano interior. Naturalmente, é possível que uma pessoa faça seu contato com Deus no plano interior, como o fazem muitos ascetas, muitos que se retiram do mundo e vivem em mosteiros e conventos; é possível fazer esse contato no plano interior, descartando de modo absoluto todo o mundo exterior e tendo uma vida interior feliz. Mas para a maioria de nós do Mundo Ocidental isso não parece muito natural ou certo, exceto para os poucos que conseguem alcançar esse plano interior e que podem fazer mais pela humanidade dessa maneira do que sendo parte do mundo.

Entretanto, para a maioria de nós, o que aprendemos no plano interior pode revelar-se a maior bênção para os que estão no mundo exterior. Por isso, enquanto não vem o chamado para deixar o mundo, devemos viver nele. Devemos partilhar com os que vivem neste mundo todas as profundidades que estão sendo sondadas em nossa vida interior.

É no plano interior, isto é, dentro do nosso próprio ser, que tocamos Deus, que tocamos a identidade espiritual de tudo o que aparece como pessoa, lugar ou coisa. Tocar a Realidade no seu íntimo faz com que ela se manifeste para nós no exterior como família, amigos, discípulos, atividades, ou até mesmo como livros para ler. É estranho que cada vez que toco uma nova nota íntima, alguém me dá um livro ou me recomenda um que me leva mais um passo adiante ou confirma algum ponto que já descobri no plano interior. Além disso, cada vez que alcanço um novo sentido interno, ele aparece exatamente como um novo amigo, um novo auxiliar ou uma nova atividade.


Não importando a atividade particular que você possa estar empenhado, entre em contato com Deus em seu interior e confie que esse contato lhe trará tudo o que é necessário para o seu desabrochar. Isso pode não acontecer no dia que você espera. Na verdade, isso pode ter de percorrer todo um longo caminho. Dê-lhe uma oportunidade de chegar até você. Além do mais, a pessoa necessária para a solução do seu problema pode não estar exatamente no momento preciso numa posição favorável para se tornar parte da demonstração.

Não estabeleça limites de tempo para essa demonstração. Encontre o reino de Deus dentro de seu próprio ser, faça contato e compreenda que agora você está dependendo de sua expressão interior para a sua demonstração exterior. Em primeiro lugar, você precisa fazer isso no plano interior e, depois, o plano exterior se encarregará do resto.

Continuo repetindo que a vida mística é aquela em que você é completamente independente de pessoas, de coisas ou de atividades no nível humano. Não obstante, é uma vida em que você nunca está separado de pessoas, de lugares, de coisas ou atividades, mas onde toda a solução é consumada dentro do seu próprio ser, através do seu contato com Deus e, depois, tornada visível como se houvesse uma mão invisível manipulando todas as cordas.

Os discípulos do Caminho Infinito não são apenas metafísicos que tenham encontrado alguma verdade que, como acreditam, lhes permite induzir a Deus - controlar Deus - a fazer o que desejam, nem mesmo encontrar algum meio secreto de obter de Deus o que não se pode ser conseguido de qualquer outra maneira. Eles não estão despendendo seu tempo fazendo afirmações ou negações, mas vivendo na compreensão consciente de Deus, tornando Deus uma parte tão consciente de sua vida como o fez Jesus, desde que o possam.


A SENDA MÍSTICA EXIGE O SACRIFÍCIO DO "eu"

Existem exigências espirituais para cada um de nós. Por exemplo, há uma exigência espiritual que me obriga a viver de modo a apresentar uma consciência limpa e clara para o mundo, sem interesse próprio ou fraude, sem qualquer coisa que separe essa mensagem de sua Fonte. Deus é tanto o criador como o mestre desta mensagem, e todos aqueles a quem Ele a confiou têm a obrigação e a responsabilidade de apresentar essa mensagem em sua pureza e totalidade.

É necessário um pensamento claro e uma vida limpa para ser o tipo certo de mestre: isso exige honestidade de propósitos; exige dedicação; exige mais do que um mero conhecimento intelectual da verdade. É verdade que a letra dessa mensagem já foi impressa em muitos livros e, portanto, qualquer pessoa pode tentar ensiná-la. Mas duvido muito que qualquer estudante se beneficie com tal ensino, salvo se por trás disso haja uma integridade espiritual. Por si próprias, as palavras não elevam a consciência de ninguém. Por si próprias, as palavras não transmitirão o espírito da verdade. As páginas não passarão de mais letras impressas para as bibliotecas do mundo.

É preciso a consciência de um indivíduo inspirado, ardendo de amor por Deus, para comunicar a verdade espiritual. O ensino espiritual não só exige um mestre dedicado, mas também, discípulos, pessoas que estejam dispostas a sacrificar tempo, dinheiro ou prazer em busca da verdade, pessoas que estejam ávidas para se sentarem aos pés do Mestre.

E o que é o Mestre? O Mestre não é nenhum homem! O Mestre é essa mensagem divina, essa verdade. Eis aí o mestre! E sentar-se a Seus pés significa realmente purificar a consciência de toda vontade própria, de todo desejo pessoal, deixando realmente tudo o que é seu no altar desta Verdade: "Tudo o que tenho de natureza material - tudo isso em conjunto - não vale sequer uma gota de verdade espiritual." Nesse estado de consciência purificada, você conseguirá receber, assimilar e responder à verdade do ser.

Quantas vezes Jesus nos disse que precisamos deixar tudo pelo Cristo? Quantas vezes ele apontou a infinidade de desculpas dadas: uma pessoa tem de enterrar um sogro; outra tem de se casar; e outra tem de tirar o jumento que caiu numa valeta. Quantos foram convidados para a festa - e não puderam ir? Tantas outras coisas a fazer! Tantas outras obrigações! Mas receber a Luz divina significa oferecer a si próprio no altar da verdade espiritual. Significa sacrificar todo o sentido do eu - todo o sentido egoísta ou desejo de ganho pessoal.

Na verdade, não há necessidade de lutar pelo ganho pessoal porque a verdade espiritual abençoa a um e a todos do mesmo modo. Quanto mais você dá, mais você tem. E assim é, quer no momento a pessoa esteja ensinando e comunicando a verdade espiritual, quer seja temporariamente o discípulo; quanto mais ela der, tanto mais receberá. Eu nunca pronunciei ou escrevi uma palavra que não me elevasse, porque o que falo ou escrevo não vem do meu intelecto humano. Não é alguma coisa que eu tenha feito. É uma comunicação que me vem no momento em que falo e tem tanto significado para mim quanto para os que me ouvem, talvez mais, porque posso apreciá-la melhor, conhecendo as profundezas de onde vem. Eu conheço as noites de vigília e a dor muitas vezes necessária para expor a verdade profunda.





domingo, 26 de junho de 2016

EXERCENDO DOMÍNIO DADO POR DEUS - JOEL GOLDSMITH








"E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra." (Gen. 1:26)


Uma vez tocado pela Presença e Poder divinos, é preciso que viva por Eles; devem se tornar sua experiência, a própria Substância de seu corpo. 

Você não vive pelas funções e órgãos do corpo; são eles que vivem pela atividade de Deus. 

O domínio dado por Deus sobre todas as coisas da terra inclui o seu corpo, mas você vinha se sujeitando a ele, admitindo: “Não; eu não tenho domínio sobre você; você é que tem domínio sobre mim”. 

O corpo não foi feito por si: “Eu, o Espírito de Deus, o formei”.


Um médico, vendo um praticista espiritual à cabeceira de um paciente à morte, poderia dizer: “Você tem coragem demais, para deixar de recorrer a remédios materiais”; porém, posso lhe garantir: não há nenhuma coragem envolvida! 

O que está envolvido é um estado de consciência atingido, em que há a convicção absoluta de que a saúde não depende do corpo, mas sim, o corpo é que depende do onipresente estado de saúde. 

A saúde está aqui e agora; a saúde é tão onipresente quanto a sinceridade ou a fidelidade. 

A razão pela qual não experienciamos a saúde em sua totalidade é que, em vez de a vermos como dirigente do corpo, nós olhamos o corpo como se fosse ele capaz de fornecer a saúde.

Todo estudante no caminho espiritual tem demonstrado que o corpo não fornece saúde e nem exerce controle sobre ela. 

É a saúde que controla o corpo, e a saúde é parte de sua consciência. Tudo que é do Pai é seu; portanto, a imortalidade e a eternidade do Pai constituem a imortalidade e a eternidade do ser individual. 

Esta Verdade, quando conhecida e realizada, se torna a saúde do corpo. Não é preciso coragem para abandonar o uso de remédios materiais no momento em que alguém se conscientiza de que sua saúde não depende de alguma forma ou efeito.

Cada parte sua é uma extensão da consciência. Esta consciência é Deus, e, por conseguinte, Deus está operando através de sua mente e corpo, bem como através de cada atividade de sua vida.

Em cada fase da vida, você poderá se abrir à infinita Fonte de seu ser, e sua vida será vivida infinita, espiritual, harmoniosa e perfeitamente, “O reino de Deus está dentro de vós...Eu e o Pai somos um...e a ninguém chameis na terra vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus” – Deus. 

A consciência única é a sua consciência – Deus. A vida única é a sua vida – Deus. Deixe que Ele Se desenvolva e revele a Si mesmo; e Ele viverá Sua vida como a “sua vida”, e na infinitude daquela vida estará a medida de sua demonstração.













sexta-feira, 24 de junho de 2016

DEUS É!!



A prece é nosso contato com Deus, a Fonte infinita de nosso ser, da qual não podemos ter nenhum conhecimento intelectual, e que temos chamado de Mente, Vida, Verdade, Amor, Espírito ou Infinito Invisível. 

Deus é o único princípio criativo do universo, o princípio criativo de tudo que É; e, como esse princípio opera a partir da Inteligência suprema, sem começo e sem fim, precisamos aprender a fazer contato ou a nos tornar um com Ele. A menos que aprendamos como fazer isso, não poderemos nos valer da Onipresença, Onipotência e Onisciência de Deus.

A prece, às vezes chamada de comunhão, é a via de acesso ao contato com Deus; através dela, descobrimos nossa unicidade com Deus, nós conscientizamos Deus. Ela é o meio de se trazer à experiência individual a atividade, a lei, a substância, o suprimento, a harmonia e a totalidade de Deus. Este é um dos pontos mais importantes que um estudante de sabedoria espiritual deve saber, praticar, compreender e vivenciar.

Na compreensão da infinita natureza de Deus, entendemos a infinita natureza de nosso próprio ser. “Eu e o Pai somos um” é o fato a nos garantir a natureza infinita do seu e do meu ser. Isto independe de sermos ou não estudantes da Verdade; depende de nosso relacionamento com Deus, pela natureza de unicidade desse relacionamento — unicidade. Em proporção ao nosso progresso, iremos cada vez mais ouvir a respeito da palavra “unicidade”.

Qualquer coisa espiritualmente válida a certo indivíduo, seja santo ou pecador, deverá ser aceita como válida para mim e para você, porquanto o relacionamento entre Deus e Sua Criação é de uma unidade universal. 

Ao nos ensinar que “Eu e o Pai somos um”, Cristo foi muito cuidadoso em nos assegurar que falava de meu Pai e de seu Pai. Estava revelando a Verdade espiritual universal. 

Que diferenciava a demonstração de Cristo Jesus da apresentada pelos rabis hebraicos da época? Que diferenciava a demonstração do Mestre daquela de seus alunos ou discípulos? Era o mesmo relacionamento! “Eu e o Pai somos um”— meu Pai e seu Pai! 

Neste relacionamento em Cristo Jesus, somos todos um, em termos de Verdade ou de Realidade espiritual; logo, a diferença residia na diferença de conscientização.

O Mestre conscientizou sua identidade verdadeira. 

Reconheceu sua relação com o Pai, com Deus, como a Fonte de seu ser. 

Reconheceu Deus como sua vida — pão, vinho, água. 

Reconheceu, portanto, sua substância ou suprimento como infinito, sua vida como eterna, sua saúde como perfeita. 

Todos estes fatores tinham origem no Pai, e passaram a lhe pertencer por herança divina; revelavam o direito, o privilégio e a experiência do elo Pai-Filho. “Filho, tu estás sempre comigo, e tudo que é meu é teu.” 

O Mestre, em seu reconhecimento pleno dessa Verdade, podia demonstrá-la. Os discípulos, não tão convictos, não tão conscientizados, chegaram a demonstrar certo poder de cura e certo suprimento, embora em escala menor. O motivo: a diferenciação no grau de conscientização da unicidade.

O fato de você ouvir com seus ouvidos, ver com seus olhos, não constitui prece e não fará a sua demonstração; porém, se algo profundo em seu coração, uma certeza confortadora no íntimo de sua consciência lhe disser: “Sim, isso é a Verdade! Eu sei que somente nessa conscientização sou um com o Pai”, então será esta a medida de sua percepção da natureza da prece. 

A prece é a certeza da Verdade dentro de você. Ela nunca significa ir a Deus por alguma coisa; nunca significa desejar algo, exceto o desejo de conhecer Deus, ou tomar maior consciência de Sua Presença. Muitos estudantes, tão plantados na velha teologia ou na metafísica mental moderna, vivem na crença de que podem ir a Deus em busca de algo: saúde, suprimento, emprego, companhia ou cura; e acabam, em vista disso, adiando a própria demonstração de harmonia.

Nenhum bem lhe fará ficar a pensar em sua vida, sua saúde, seu suprimento; nenhum bem lhe fará dirigir-se a Deus munido de alguma requisição, pedido ou desejo, pois Deus nada possui que nEle possa estar retido, e Deus não retém coisa alguma que faça parte de Sua posse; Deus é ser ativo infinito. Tudo que Deus É, e tudo que possui, está fluindo constantemente em manifestação, expressão e forma. Será tolice alguém julgar que sua prece poderá influenciar Deus a acelerar a vinda de algo, ou fazer com que Ele lhe traga algum benefício.

A harmonia vem rapidamente à sua experiência, tão logo concorde que não há sentido algum em se dirigir a Deus em busca de algo. Lembre-se: quando digo “concordar”, falo de uma sensação de certeza, de uma concordância interna ou profunda convicção, e não de um mero falar superficial do tipo: “Sim, eu acredito, concordo com o Mestre. Sou cristão e aceito o seu ensinamento.” Esse tipo de aceitação é o mesmo que nada! Você pode sentir a veracidade desse fato? É capaz de sentir a verdade desta tremenda revelação do Mestre, de que “o Pai sabe que necessitais de todas estas coisas…que é de Seu agrado dar-vos o Reino”? Caso não se sinta convicto, não vá a Deus em busca de alguma coisa. Trabalhe dentro de você mesmo; ore no interior de seu próprio ser; realize uma comunhão interna, até perceber uma concordância, um sentimento de que o Mestre realmente sabia que o Pai conhece todas as suas necessidades, e que, antes que Lhe peça, é de Seu agrado dar-lhe o Reino.

A prece é um reconhecimento desta Verdade do amor de Deus por Sua própria Criação; é um conhecimento interior de que jamais o Pai abandonou a Sua Criação. Quando olhamos para o mundo e vemos doença, pecado, morte e calamidade, ficamos prontos para questionar tudo isso; porém, nesse procedimento, estaremos desconsiderando a sabedoria de João, quando nos adverte: “Não julgueis pelas aparências, mas segundo julgamento justo”.

Temos nos dedicado a ver com os olhos e a ouvir com os ouvidos, quando deveríamos estar vendo com os olhos interiores e ouvindo com os ouvidos interiores, com aquela percepção espiritual que não julga pelas aparências, mas pelo julgamento espiritual. 

E então, saberíamos que todo pecado, doença, morte, carência, limitação e caos, reinantes no mundo de hoje, surgem por um só motivo, e surgem àqueles que vivem pelo sentido material; àqueles que ainda estão voltados a querer ou desejar obter, adquirir e buscar alguma coisa; àqueles que desconhecem a natureza infinita de seu próprio ser, bem como o fato de que, devido a ser infinita esta natureza, eles deveriam DEIXÁ-LA SE EXPRESSAR a partir deles próprios, em vez de viverem tentando acrescentar algo à infinitude.

A prece comumente aceita, ortodoxa ou metafísica de cunho mental, deve falhar por ser na maioria tentativa de se obter algo, acrescentar algo, realizar algo ou receber algo, quando a natureza infinita de nosso ser, um com Deus, implica em estarmos com nossos “recipientes” já lotados. Tudo que é do Pai é nosso! Algo mais nos poderia ser acrescido? Browning, o grande poeta, registrou em seus versos o segredo maravilhoso: “A Verdade está dentro de nós mesmos… e o conhecimento… consiste em abrirmos espaço para que escape o esplendor aprisionado…”.

Quando julgamos pelas aparências, submetemo-nos à crença causadora de toda confusão e discórdia da existência humana: o julgamento do bem e mal. Isto é bom; aquilo é mau; assim rotulamos tudo! Naturalmente, aquilo que hoje é chamado de bom, pelas mudanças de regras sociais poderá ser chamado de mau amanhã. E coisas hoje ditas muito más, talvez se tornem normais, naturais e comuns a todos no amanhã. Porém, não estaremos vendo assim enquanto estivermos julgando pelas aparências. Estaremos julgando segundo os padrões atuais da sociedade ou tradições do momento, regras a nós impostas; desse modo, instantaneamente rotulamos tudo como coisa boa ou má, julgando tudo com base em opinião, crença e teoria humanas. Enquanto estivermos encarando o mundo com olhos humanos, sempre estaremos achando algo bom e algo mau, muito embora essa classificação se altere a cada geração que passa.

Para que haja uma compreensão correta da natureza da prece, precisamos, neste instante, abandonar nosso julgamento humano em termos de bem e mal. Não podemos continuar a enaltecer nosso senso de sabedoria psicológica, permitindo-nos julgar as pessoas de nossa família, do círculo profissional ou de nossa comunidade. Deveremos deixar de lado nossas opiniões de bem e de mal, de inteligência ou de ignorância, de honestidade e desonestidade, de moralidade e imoralidade, para termos condição de ver cada indivíduo sem qualquer condenação, sem qualquer crítica e sem qualquer julgamento, unicamente estabelecidos na "percepção de que Deus É!"

Deus É; A Vida É. Não nos é permitido fazer qualquer julgamento que ultrapasse esse ponto. Deus É. Trata-se de um treinamento para deixarmos de emitir opiniões. É muito fácil e agradável, para o ego de alguém, ser um bom juiz da natureza humana, ser humanamente capaz de avaliar aqueles que encontra; e, humanamente, talvez ele até esteja julgando certo. Entretanto, se ficarmos olhando o mundo e julgando a humanidade, colocando rótulos nas pessoas, e permanecendo no âmbito das opiniões e análises humanas, somente atrairemos confusão. 

Há uma só forma de escaparmos disso tudo e ficarmos apartados: concordando que Deus fez tudo que foi feito, e que tudo que Deus fez é bom; concordando que Deus, Espírito, é a vida, a Alma, e a mente do ser individual. Como poderíamos aceitar um ensinamento que revela Deus como a Vida de toda a existência, como o Princípio criativo de todo ser, e, paralelamente, ficarmos classificando alguma coisa como boa ou como má?

A mulher flagrada em adultério não foi rotulada pelo Mestre: “Mulher, onde estão os teus acusadores?… nem eu, também, te condeno”. E ao cego de nascença, “Nem este homem pecou nem seus pais.” 

Você está percebendo a necessidade de se abandonar toda censura, toda condenação que se fundamenta em aparências? Toda revelação ou ensinamento espiritual registrado desde 1500 AC. está baseado nos postulados: “Ame a seu próximo como a si mesmo”, e “Faça aos outros o que gostaria que lhe fizessem”. A prece é nosso contato com Deus, e não teremos contato algum com Ele, a menos que amemos nosso próximo como a nós mesmos. O primeiro passo para conseguirmos amar verdadeiramente aos nossos irmãos é cessarmos com todos os nossos julgamentos em relação a eles. 

Quando os julgamos pelas aparências, imediatamente os condenamos, uma vez que não estaremos vendo-os como Deus os criou, mas reforçando com a nossa visão uma aparência ilusória. Quando aprendemos a olhar com a visão correta para o nosso próximo, isso já é amor.

Esta prática, logicamente, nos irá tirar de muitas das nossas discussões de cunho político ou social, pois não seremos mais capazes de culpar familiares, amigos, sócios ou lideranças políticas pelos nossos problemas, circunstâncias e depressões. Isto nos exigirá disciplina, e irá nos exigir mais o seguinte: um profundo e grandioso amor a Deus. Ninguém poderá penetrar na sagrada atmosfera de Deus exalando críticas, julgamentos e condenações referentes ao próximo. “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti; deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta” (Mt.5:23-24.)

Não é possível que haja demonstração espiritual enquanto continuamos presos às opiniões humanas de bem e mal. Quando olhamos para o mundo sem opiniões, julgamentos ou rótulos— mesmo os bons—, conscientizando que DEUS É, criamos uma espécie de vazio interior. Neste vazio aflora a sabedoria espiritual capaz de definir e avaliar o que está diante de nós, e isto se mostrará inteiramente diferente de nossa estimativa humana. Chega-nos à consciência uma espécie de calor, uma sensação de amor pela humanidade, e a percepção de que Deus é a totalidade da Existência. Quando alguém contempla esta revelação da verdade espiritual, encontra-se pronto para dar o passo seguinte: o passo que o torna um praticista de cura espiritual, um salvador, um reformador, um supridor no universo aparente.

Este é o momento em que devemos olhar para toda condição, seja de prisão em cárcere, em corpo doente, em falta ou limitação, sem lançarmos opinião de bem e mal. Devemos poder encarar qualquer situação e circunstância com a conscientização de que DEUS É. Ser-nos-á requerido um elevado grau de consciência espiritual, para olharmos uma doença séria e sermos capazes de contemplar o Cristo. Isto não quer dizer que olharemos para o pecado, a doença, a pobreza, o cárcere, para rotularmos tudo aquilo de “bom”. Não significa que faremos afirmações mentais de que aquilo é espiritual ou harmonioso; tampouco consideraremos que algo seja “mau”, munidos da intenção de superá-lo, melhorá-lo ou curá-lo. Não, não, não. Falamos de um abandono/desapego de todo julgamento humano, na conscientização de que somente DEUS É - DEUS, SOMENTE, É .

Talvez você pergunte: “Que princípio está aqui envolvido?” No reconhecimento de Deus como infinito, poderia você admitir um doente, um pecador, uma condição de pecado ou de doença? Poderia você aceitar uma pessoa ou condição necessitada de cura, mudança ou melhoria? Não, não poderia. Que ocorre quando você testemunha o que o sentido humano chama de “erro”, e ora para removê-lo? A resposta é uma só: ocorre o fracasso.

Lembre-se: você não foi chamado para olhar pessoas e condições errôneas e chamá-las de boas ou espirituais, nem para dizer que uma pessoa em erro é o Filho de Deus. Uma pessoa assim não é o Filho de Deus. Você foi chamado para eliminar toda opinião, teoria ou crença, deixando de lado todo julgamento. Não declare que algo ou alguém seja bom. Disse Cristo: “Por que me chamas bom? Não há ninguém bom, exceto Deus.”

Não vamos chamar nada nem ninguém de bom, mas também não chamaremos de mau. 

Aprenderemos a olhar para qualquer pessoa e condição com apenas duas palavrinhas: "DEUS É", ou "ELE É" . É — É— É: … nunca “será” curado, melhorado, removido. DEUS É . A Harmonia É. Ele É! ELE É AGORA!

Na percepção de que DEUS É, será revelada toda entidade e perfeição espiritual. E então, você não estará vendo o mal humano transformado em bem; não estará vendo pobreza humana transformada em riqueza; não estará vendo doença humana transformada em saúde; não estará vendo culpa humana transformada em virtude; entretanto, estará percebendo a atividade e Lei de Deus presentes exatamente onde parecia existir uma pessoa boa ou má, uma condição boa ou má.

Não buscamos transformar uma humanidade má em humanidade boa. 

O objetivo deste trabalho e estudo é alcançar “aquela Mente que estava em Cristo Jesus”, isto é, alcançar o mesmo estado de consciência espiritual manifestado por ele, a fim de contemplarmos o mundo espiritual, o homem espiritual, o Filho de Deus. “O Meu reino não é deste mundo”. 

O reino de Deus é um reino espiritual, um universo espiritual, governado por lei espiritual. Ele é uma SUBSTÂNCIA espiritual sem começo e que não terá fim.

Podemos compreender melhor esse fato se analisarmos que jamais houve um tempo em que duas vezes dois não fosse quatro. Nunca houve tempo em que uma semente de roseira deixasse de produzir rosa. 

A lei “semelhante produz semelhante” vem vigorando desde antes que o tempo existisse. Ela sempre foi, é e será. A oração, no sentido comum de prece, não irá provocar esse efeito. Todo “bem” JÁ É.

Mesmo no âmago das chamadas “depressões econômicas”, a terra continuava abarrotada de frutos, os oceanos repletos de peixes, os céus repletos de pássaros. Deus não tem poder para aumentar o Seu suprimento. JÁ É INFINITO! É maior do que a terra possa usar. Ele ainda é, apesar da aparente falta de provisão e dos preços elevados que somente a ignorância é capaz de explicar. O mundo está produzindo mais do que pode consumir ou utilizar. Orar a Deus por aumento de suprimento irá realmente fazer crescer a quantidade de produtos ou benefícios? NÃO! Já existe mais que o suficiente para o mundo todo!

Naturalmente, uma pergunta poderá surgir: “Como nos valeremos desta suficiência?” Resposta: “Através da prece.” Que é prece? 
A prece é este sentimento, esta convicção, este saber interno que estas palavras são verdadeiras. DEUS É. Você mudaria esse fato? Mudaria algo feito por Deus? Pediria melhorias no universo de Deus? Pediria a Deus para deixá-lo influenciar as leis, a substância e a atividade de Sua própria criação? “Sim, mesmo que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo.”(Salmo 23:4.) DEUS É. Teríamos de orar por algo mais? O sentimento de certeza da declaração “DEUS É”, constitui a sua prece. Exatamente agora, ela lhe será o bastante, desde que possa você abrir mão de todos os seus desejos, vontades e mesmo esperanças, para deixar este sentimento, esta realização, conduzi-lo a planos mais profundos de consciência, fazendo-o penetrar nos reinos mais profundos da prece. DEUS É. Isto não basta?

Agora eu reafirmo: não julgue pelas aparências. Olhe para cada pessoa, cada coisa, cada situação, munido somente desta compreensão: DEUS É! A partir daí, deixe a Realidade Espiritual se tornar visível pela ação de seu Pai interior.